quarta-feira, março 28

era uma vez uma arte...

Das ruas para as vitrines – Grifes, arquitetos e galerias de arte rendem-se ao boom do grafite http://veja.abril.com.br/vejarj/100506/capa.html

A bonequinha de traços orientais e cabelo esvoaçante espalhou-se de muro em muro. Hoje, é um FENÔMENO de MARKETING. Criada pelo grafiteiro Tomaz Viana, o ‘Toz’, 30 anos, a boneca Niña já decora apartamentos à beira-mar, ilustra camisetas e virou obra de arte à venda na Galeria Haus Contemporânea.”

Nos últimos anos, o grafite carioca vem extrapolando os limites dos muros, ganhou STATUS e tornou-se OBJETO de CONSUMO de adolescentes e jovens.”

“Na mostra Artefacto do ano passado, o arquiteto Geraldo Lamego projetou um home theater em que se destacava uma parede coberta pelo grafite abstrato de Ismael Vagner de Lima, 26 anos, o ‘Smael’.”

“No circuito das artes plásticas, telas de grafiteiros cariocas chegam a VALER 10.000 REAIS.”

“Um de seus painéis foi escolhido para enfeitar o muro da Casa de Saúde São José, no Humaitá. Já pintou várias vitrines e fez cenário para a estilista Isabela Capeto. Os vestidos de Adriana Barra, para quem (Mateu) criou estampas em parceria com a artista Renata Americano, chegam a CUSTAR QUASE 2.500 REAIS.”

Era uma vez uma arte...

Arte de rua, arte de protesto, de contestação!
Arte “rotulada” de vandalismo, pirraça juvenil, rebeldia sem causa!
Arte marginal, libertária, transformadora, revolucionária... Arte!

Hoje, o que era underground enfeita parede de sala de estar de madame, é cenário de “Open House” regado a prosecco e pastrami... O que era contracultura agora é estampa de vestido de 2500 reais, de bermuda de 130 e guarda-chuva de 350, é mural de quarto de criança rica, é objeto de consumo das massas, é cult, é moda...

Já dizia o Malvadinho: “Comprar artistas, o esporte predileto dos engolidores de mundo.” www.malvados.com.br

3 comentários:

Manô Guerrante disse...

Tô chocada...eu e Julia estávamos aqui agora falando exatamente sobre isso!! Eu pensei em fazer alguma coisa relacionada ao grafite em um trabalho do master, mas achei que por estar muito pop e cult nao valia à pena! Nao fazia parte do enfoque que queria dar às ruas do Raval, o bairro dos imigrantes em Barcelona.
Muito bom!

Anônimo disse...

Irado Cabelito!!!
Na obra que eu tô vai ter um!!
Ainda nem sei quanto vai ser, mas te falo depois!
HAuhAUhAUhuAHuAHUaUuauhAU!!
Ah, é no Leblon, claro!

Anônimo disse...

É a eterna contestacao esbarrando na eterna busca pela aceitacao, infelizmente (ou nao) vivemos nesse mundo que demanda aceitacao e com o "reconhecimento do trabalho" vem tb a vaidade e acaba perdendo-se a essência, palmas para eles que ganharam a lua mas tiveram de perder o chão.