terça-feira, março 4

sobre pessoas e bukowski

Estava lendo um texto do Bukowski onde ele fala de pessoas que passam pela vida com pouca angústia, pessoas que dormem bem, que são contentes com a família, pessoas imperturbáveis, e que ao morrerem, têm uma morte serena, normalmente durante o sono. Ele insiste que pessoas assim existem. Declara não ser uma delas, que está longe de ser uma delas, mas que elas estão lá, e ele está aqui.

Eventualmente invejo pessoas assim... Dormir oito horas por dia, acordar disposto, perceber uma mulher feliz e carinhosa no outro lado da cama, quem sabe até “dar uma” antes do trabalho. Café da manhã com as crianças, deixá-las no colégio, seguir pro escritório. Reuniões, cafezinhos, almoço em um bom restaurante, gráficos, planilhas, voltar pra casa. Banho quente, jantar em família, novela das oito. Total serenidade até as próximas horas de um sono profundo, onde tudo recomeça, e só termina com a chegada de uma morte tranqüila, em um dia qualquer, provavelmente durante um sonho.

Constantemente invejo o Bukowski... Vagabundo imprestável, proletário e bêbado. Vida familiar invariavelmente conturbada. Apaixonado por corridas de cavalos, mulheres e música clássica. Largou a faculdade de jornalismo e freqüentou todos os piores empregos que pôde. Entre um porre e outro escreveu romances, contos e poesias. Sem pudores e de forma crua escreveu histórias profundas, sobre pessoas e temas só aparentemente banais. Foi um homem angustiado, solitário, dono de uma sensibilidade peculiar. Morreu de leucemia, mas podia ter sido de cirrose hepática. Em seu túmulo, pediu que escrevessem: Don´t Try.

3 comentários:

Anônimo disse...

mais alegria e menos melancolia, Cabecito, mal começou o ano e já foge de teus propósitos... se liga, badé!

Anônimo disse...

Te fudê!
Eu invejo Gabriel Botelho, o Cabelito!
Vagabundo imprestável, mal trabalhou nessa vida, sempre que sai de casa fica bêbado.
Vida familiar invariavelmente pertubada. Apaixonado por mulheres mais perturbadas ainda, escritores somente perturbados e calcinhas de algodão.
Fez a faculdade de arquitetura pra falar que fez faculdade (no Brasil isso é importante deveras) e freqüenta todos os piores bares e botecos que pode. Entre um porre e outro escreve coisas neste blog ridículo e choraminga suas aflições, derrotas, fracassos e decepções pessoais.
Sem pudores e de forma crua fez questão de contar ao mundo sobre sua operação de fístula anal, e tratou do assunto de forma banal. É um moleque angustiado, solitário, dono de um micro-pênis peculiar. Ainda não morreu (será que isto é vida?).

Só não sinto motivo de inveja pelo seu pedido póstumo fraterno. Em seu túmulo, já me pediu que, enfim, escreva: Sou gay!

Hahahhahahahahahahhaha!!!

Lhéo disse...

heheheheh dava para escrever outro blog com as respostas do Moita e do Krusty.

Imagina se Bukowski fosse drogado? Pq depois de ler 100 anos de solidão percebi que o outro Grabriel tmb devia ter se drogar muito para escrever!!!

Então escreve no seu túmulo: Fui drogado!!!